A festa do povo virou item de luxo em São Luís…

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São Luís entrou oficialmente para o ranking das cidades mais “gourmetizadas” do Brasil. E não estamos falando de restaurantes ou cafés hipsters com cardápio em inglês. Aqui, até a cultura popular e os shows que deveriam ser gratuitos agora têm um tempero especial: o da cobrança.

Neste setembro, a ilha está recheada de atrações musicais. Grandes nomes, cachês milionários — e adivinhe quem banca a conta? Isso mesmo: o bolso coletivo. Artistas recebendo mais de R$ 1,5 milhões cada (por baixo, claro), pagos com dinheiro público, enquanto a saúde da cidade despenca ladeira abaixo. Mas calma: isso é pauta para outra reportagem.

A cereja do bolo gourmet vem com o “Camarote Reviver”, um espaço que cobra até R$ 400 (+ R$ 52 de taxa) para curtir shows que deveriam ser de acesso popular. Sim, você leu certo: eventos anunciados como gratuitos agora ganharam versão “premium”. Afinal, que graça tem viver a cultura se não for para pagar caro, não é mesmo?

E tem mais: o ingresso “solidário” — aquele que, em tese, deveria ampliar o acesso — também ganhou sua versão gourmet. Só pode ser comprado em par, a partir de dois ingressos, custando R$ 150 (+ R$ 19,50 de taxa) cada. Um detalhe que, claro, varia de show para show.

A pergunta que não quer calar é: quanto será que o “prefeito do povo” está ganhando nessa jogada? Porque se até a solidariedade virou produto, imagine o lucro que circula longe dos palcos.

Enquanto isso, o cidadão comum vai somando boletos: saúde precária, transporte lotado e, agora, cultura à la carte. Em São Luís, até a festa do povo virou item de luxo.

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