Dinheiro sujo não lava vergonha: influenciadores do “Jogo do Diabo” são alvos da justiça e podem enfrentar novas medidas
Na manhã da última quarta-feira (30), a Polícia Civil do Maranhão deflagrou a Operação Dinheiro Sujo, que atingiu em cheio um grupo de influenciadores digitais maranhenses envolvidos na promoção de jogos de azar e lavagem de dinheiro. Entre os alvos estão a influenciadora Andressa Tainá Sousa, o ex-namorado Neto Duailibe, o irmão Otavio Vitor Lima, o pai Otávio Filho (Baiano) e a advogada criminal Maria Angélica. Em uma única foto registrada em uma balada de São Luís, em maio de 2023, os cinco aparecem juntos, como se já anunciassem os bastidores de um esquema que crescia à sombra da ostentação e do engano.
Apontada como líder do grupo, Tainá usava sua influência nas redes para divulgar o “Jogo do Tigrinho”, atraindo milhares de seguidores com promessas de lucro fácil. A estratégia incluía lives, vídeos e postagens glamourosas, sempre ligadas a apostas e ganhos irreais. O jogo, que opera em formato caça-níqueis, é proibido no Brasil. No entanto, movimentava cifras milionárias. Segundo decisão judicial, o grupo teve R$ 11,4 milhões bloqueados, além de carros de luxo, jet skis e outros bens de alto valor sequestrados.
Tainá já possui antecedentes por furto qualificado, tendo confessado o uso de um cartão de crédito pertencente a uma pessoa falecida, além de responder por maus-tratos a animais, após divulgar vídeos oferecendo bebida alcoólica a um cachorro. Maria Angélica, advogada do grupo, é apontada como peça fundamental na lavagem do dinheiro ilícito. O irmão e o pai de Tainá, ambos também influenciadores, ajudavam na disseminação do conteúdo. Já Neto Duailibe, ex-namorado da líder, também promovia o jogo ativamente.
A Justiça pode ainda aplicar novas medidas cautelares, como prisão preventiva, suspensão de perfis em redes sociais, proibição de contato entre investigados e aprofundamento de quebras de sigilo bancário e fiscal. A investigação segue, e novos envolvidos devem surgir. A operação deixou claro que o tempo da impunidade digital está chegando ao fim. Afinal, dinheiro sujo não lava vergonha.
